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ESDE — Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita — Programa Fundamental

Módulo VII — Pluralidade dos Mundos Habitados

Roteiro 7


A Terra: mundo de expiação e provas


Objetivo Geral: Possibilitar conhecimento a respeito da existência, da formação e das diversas categorias de mundos habitados.

Objetivos Específicos: Identificar a Terra como mundo de expiação e provas. — Explicar como a Terra se transformará num mundo melhor.



CONTEÚDO BÁSICO


  • A Terra pertence à categoria dos mundos de expiação e provas, razão por que aí vive o homem a braços com tantas misérias. Allan Kardec: O Evangelho segundo o Espiritismo. Capítulo 3, item 4.

  • A superioridade da inteligência, em grande número dos seus habitantes, indica que a Terra não é um mundo primitivo, destinado à encarnação dos Espíritos que acabaram de sair das mãos do Criador. As qualidades inatas que eles trazem consigo constituem a prova de que já viveram e realizaram certo progresso. Mas, também, os numerosos vícios a que se mostram propensos constituem o índice de grande imperfeição moral. Por isso os colocou Deus num mundo ingrato, para expiarem aí suas faltas, mediante penoso trabalho e misérias da vida, até que hajam merecido ascendera um planeta mais ditoso. Allan Kardec: O Evangelho segundo o Espiritismo. Capítulo 3, item 13.

  • Para que na Terra sejam felizes os homens, preciso é que somente a povoem Espíritos bons, encarnados e desencarnados, que somente ao bem se dediquem. Havendo chegado o tempo, grande emigração se verifica dos que a habitam: a dos que praticam o mal pelo mal, ainda não tocados pelo sentimento do bem, os quais, já não sendo dignos do planeta transformado, serão excluídos [da Terra] […]. Substituí-los-ão Espíritos melhores, que farão reinem em seu seio a justiça, a paz e a fraternidade. Allan Kardec: A Gênese. Capítulo 18, item 27.

  • A Terra […] não terá de transformar se por meio de um cataclismo que aniquile de súbito uma geração. A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das coisas. Allan Kardec: A Gênese. Capítulo 18, item 27.




SUGESTÕES DIDÁTICAS


Introdução:

  • Sondar o entendimento dos participantes a respeito das expressões final dos tempos e fim do mundo, escrevendo as ideias apresentadas no quadro de giz ou flip-chart (não fazer comentários no momento).


Desenvolvimento:

  • Dividir a turma em pequenos grupos para realizarem a seguinte tarefa:

    1. Ler os subsídios do roteiro;

    2. Responder às seguintes perguntas:

    a) O que é expiação e o que são provas?

    b) Que razões nos levam a considerar a Terra um mundo de expiação e provas?

    c) De que forma a Terra se transformará num mundo melhor?

  • Ouvir as respostas dos representantes dos grupos.

  • Prestar os esclarecimentos necessários à boa compreensão do assunto. Na oportunidade, fazer a correlação entre as ideias apresentadas na introdução da aula e as respostas dadas à pergunta da letra «c», item 2 do trabalho de grupo.


Conclusão:

  • Encerrar a aula destacando a nossa responsabilidade no processo de ascensão da Terra na hierarquia dos mundos.


Avaliação:

  • O estudo será considerado satisfatório se os participantes, no trabalho em grupo, identificarem a Terra como mundo de expiação e provas, e explicarem como o nosso planeta se transformará num mundo melhor.


Técnica(s):

  • Explosão de ideias; exposição; trabalho em pequenos grupos.


Recurso(s):

  • Subsídios do roteiro; quadro de giz / flip-chart; papel; lápis / caneta.



 

SUBSÍDIOS


Ensina a Doutrina Espírita que a […] Terra não é o ponto de partida da primeira encarnação humana. O período da humanização começa, geralmente, em mundos ainda inferiores à Terra. (9) As nossas existências no orbe terráqueo […] são, porém, das mais materiais e das mais distantes da perfeição. (8) A Terra pertence à categoria dos mundos de expiação e provas, razão por que aí vive o homem a braços com tantas misérias. (1)

Muitos se admiram de que na Terra haja tanta maldade e tantas paixões grosseiras, tantas misérias e enfermidades de toda natureza, e daí concluem que a espécie humana bem triste coisa é. Provém esse juízo do acanhado ponto de vista em que se colocam os que o emitem e que lhes dá uma falsa ideia de conjunto. Deve-se considerar que na Terra não está a Humanidade toda, mas apenas uma pequena fração da Humanidade. Com efeito, a espécie humana abrange todos os seres dotados de razão que povoam os inúmeros orbes do Universo. Ora, que é a população da Terra, em face da população total desses mundos? Muito menos que a de uma aldeia, em confronto com a de um grande império. A situação material e moral da Humanidade terrena nada tem que espante, desde que se leve em conta a destinação da Terra e a natureza dos que a habitam. (2)

Faria dos habitantes de uma grande cidade falsíssima ideia quem os julgasse pela população dos seus quarteirões mais ínfimos e sórdidos. Num hospital, ninguém vê senão doentes e estropiados; numa penitenciária, veem-se reunidas todas as torpezas, todos os vícios; nas regiões insalubres, os habitantes, em sua maioria, são pálidos, franzinos e enfermiços. Pois bem: figure-se a Terra como um subúrbio, um hospital, uma penitenciária, um sítio malsão, e ela é simultaneamente tudo isso, e compreender-se-á por que as aflições sobrelevam aos gozos, porquanto não se mandam para o hospital os que se acham com saúde, nem para as casas de correção os que nenhum mal praticaram; nem os hospitais e as casas de correção se podem ter por lugares de deleite. Ora, assim como, numa cidade, a população não se encontra toda nos hospitais ou nas prisões, também na Terra não está a Humanidade inteira. E, do mesmo modo que do hospital saem os que se curaram e da prisão os que cumpriram suas penas, o homem deixa a Terra, quando está curado de suas enfermidades morais. (3)

A superioridade da inteligência, em grande número dos seus habitantes, indica que a Terra não é um mundo primitivo, destinado à encarnação dos Espíritos que acabaram de sair das mãos do Criador. As qualidades inatas que eles trazem consigo constituem a prova de que já viveram e realizaram certo progresso. Mas, também, os numerosos vícios a que se mostram propensos constituem o índice de grande imperfeição moral. Por isso os colocou Deus num mundo ingrato, para expiarem aí suas faltas, mediante penoso trabalho e misérias da vida, até que hajam merecido ascender a um planeta mais ditoso. (4)

Note-se, entretanto, conforme assinala Emmanuel, que a […] capacidade intelectual do homem terrestre é excessivamente reduzida, em face dos elevados poderes da personalidade espiritual independente dos laços da matéria. Os elos da reencarnação fazem o papel de quebra-luz sobre todas as conquistas anteriores do Espírito reencarnado. Nessa sombra, reside o acervo de lembranças vagas, de vocações inatas, de numerosas experiências, de valores naturais e espontâneos, a que chamais subconsciência. O homem comum é uma representação parcial do homem transcendente, que será reintegrado nas suas aquisições do passado, depois de haver cumprido a prova ou a missão exigidas pelas suas condições morais, no mecanismo da justiça divina. Aliás, a incapacidade intelectual do homem físico tem sua origem na sua própria situação, caracterizada pela necessidade de provas amargas. O cérebro humano é um aparelho frágil e deficiente, onde o Espírito em queda tem de valorizar as suas realizações de trabalho. (12)

Por outro lado, também […] se explicam pela pluralidade das existências e pela destinação da Terra, como mundo expiatório, as anomalias que apresenta a distribuição da ventura e da desventura entre os bons e os maus neste planeta. Semelhante anomalia, contudo, só existe na aparência, porque considerada tão só do ponto de vista da vida presente. Aquele que se elevar, pelo pensamento, de maneira a apreender toda uma série de existências, verá que a cada um é atribuída a parte que lhe compete, sem prejuízo da que lhe tocará no mundo dos Espíritos, e verá que a justiça de Deus nunca se interrompe. (5)

Nem todo o sofrimento suportado na Terra, porém, constitui expiação de determinada falta cometida em pregressas reencarnações. Muitas vezes são simples provas buscadas pelo Espírito para concluir a sua depuração e ativar o seu progresso. Assim, a expiação serve sempre de prova, mas nem sempre a prova é uma expiação. Provas e expiações, todavia, são sempre sinais de relativa inferioridade, porquanto o que é perfeito não precisa ser provado. Pode, pois, um Espírito haver chegado a certo grau de elevação e, nada obstante, desejoso de adiantar se mais, solicitar uma missão, uma tarefa a executar, pela qual tanto mais recompensado será, se sair vitorioso, quanto mais rude haja sido a luta. (6)

Para que na Terra sejam felizes os homens, preciso é que somente a povoem Espíritos bons, encarnados e desencarnados, que somente ao bem se dediquem. Havendo chegado o tempo, grande emigração se verifica dos que a habitam: a dos que praticam o mal pelo mal, ainda não tocados pelo sentimento do bem, os quais já não sendo dignos do planeta transformado, serão excluídos, porque, senão, lhe ocasionariam de novo perturbação e confusão e constituiriam obstáculo ao progresso. Irão expiar o endurecimento de seus corações, uns em mundos inferiores, outros em raças terrestres ainda atrasadas, equivalentes a mundos daquela ordem, aos quais levarão os conhecimentos que hajam adquirido, tendo por missão fazê-las avançar. Substituí-los-ão Espíritos melhores, que farão reinem em seu seio a justiça, a paz e a fraternidade.

A Terra, no dizer dos Espíritos, não terá de transformar se por meio de um cataclismo que aniquile de súbito uma geração. A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das coisas. Tudo, pois, se processará exteriormente, como sói acontecer, com a única, mas capital diferença de que uma parte dos Espíritos que encarnavam na Terra aí não mais tornarão a encarnar. Em cada criança que nascer, em vez de um Espírito atrasado e inclinado ao mal, que antes nela encarnaria, virá um Espírito mais adiantado e propenso ao bem. (7)

Dessa forma, o […] bem reinará na Terra quando, entre os Espíritos que a vêm habitar, os bons predominarem, porque, então, farão que aí reinem o amor e a justiça, fonte do bem e da felicidade. Por meio do progresso moral e praticando as leis de Deus é que o homem atrairá para a Terra os bons Espíritos e dela afastará os maus. Estes, porém, não a deixarão, senão quando daí estejam banidos o orgulho e o egoísmo. (10)

Assim, como vimos, avizinha-se o momento da transformação moral da Humanidade, e da consequente ascensão da Terra na hierarquia dos mundos. Essa transformação se verificará por meio da encarnação de Espíritos melhores, que constituirão na Terra uma geração nova. Então, os Espíritos dos maus, que a morte vai ceifando dia a dia, e todos os que tentem deter a marcha das coisas serão daí excluídos, pois que viriam a estar deslocados entre os homens de bem, cuja felicidade perturbariam. (11)



Referências Bibliográficas:

1. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 124. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo 3, item 4, p. 73.

2. Idem - Item 6, p. 73-74.

3. Id. - Item 7, p. 74.

4. Id. - Item 13, p. 77-78.

5. Id. - Capítulo 5, item 7, p. 102.

6.  Id. - Item 9, p. 103.

7. Idem - A Gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 48. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo 18, item 27, p. 418.

8. Idem - O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 86. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Questão 172, p. 122.

9. Id. - Questão 607b, p. 300.

10. Id. - Questão 1019, p. 475-476.

11. Idem, ibidem - p. 476.

12. XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Questão 205, p. 123.


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